Ao construir redes sociais, as mulheres têm mais apoio e maiores oportunidades para efetuar mudanças nas suas comunidades. A capacidade de compreender e utilizar tecnologias pode ter um impacto positivo na liberdade de expressão, na educação e nas oportunidades de emprego das mulheres.
A tecnologia e a inovação podem proporcionar oportunidades para que as raparigas e as mulheres alcancem o seu pleno potencial e se tornem agentes de mudança para si próprias e para as suas comunidades. O tema da 67ª Comissão sobre o Estatuto da Mulher, realizada em Março passado, foi sobre a possibilidade de inovação e mudança tecnológica, e a educação na era digital para alcançar a igualdade de género e o empoderamento de todas as mulheres e raparigas.
Com a ajuda das nossas estagiárias Francesca Povey e Prateeksha Shukla, organizamos uma pesquisa online em nossa rede sobre sua experiência no uso da tecnologia digital, as vantagens e desvantagens e o que gostariam de dizer aos líderes globais. Recebemos mais de 500 respostas da nossa rede e de outra ONG, a Global GLOW, que colaborou connosco.
Os entrevistados partilharam que usaram o poder das redes sociais para ter voz, aumentar a consciência global, mobilizar ações e responsabilizar os governos pela abordagem dos direitos das mulheres e das raparigas. A pesquisa também mostrou a desigualdade em infraestrutura, acesso à internet e educação digital.
Infelizmente, algumas meninas e mulheres também levantaram a questão da segurança em relação às redes sociais. Cerca de 17% dos entrevistados indicaram que eles ou alguém que conheciam se depararam com cyberbullying, assédio sexual, mensagens não solicitadas e sexualmente explícitas ou abusivas de estranhos. Eles relataram aumento na incidência de crimes cibernéticos, como fraude financeira, sites falsos de compras online e assédio por golpistas. Estas experiências levaram alguns a restringir o uso das redes sociais para evitar mensagens não solicitadas. Estes comentários misóginos desencorajam as mulheres e raparigas de falar online sobre questões que as afectam.
As raparigas e as mulheres estão a pedir os seus direitos AGORA, não no futuro. Apelamos aos Estados-membros da ONU para que:
• Cumprir os seus compromissos para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030, especialmente a educação universal de qualidade e a igualdade de género.
• Investir estrategicamente na educação de qualidade, na literacia digital e na formação para todos, incluindo mulheres e raparigas, pessoas com deficiência e povos indígenas, para eliminar a exclusão digital. E incluir, apoiar e ouvir as necessidades das raparigas para acabar com a exclusão digital.
• Investir em infra-estruturas digitais e eléctricas, banda larga nacional e tecnologia móvel que permitam acesso acessível, estável e seguro à conectividade digital para todos.
• Trabalhar com empresas de plataformas de redes sociais para tomar medidas apropriadas para garantir a segurança online para todos, incluindo a promulgação e aplicação de leis contra o cyberbullying e os crimes cibernéticos.
Leia nossa declaração escrita CSW67 AQUI.
Também endossamos as seguintes Declarações:
